domingo, 16 de junho de 2013

Para viajar entre as estrelas: Nasa pesquisa os princípios de um motor de dobra espacial.

     A Nasa está trabalhando em uma pesquisa que busca investigar formas de criar uma dobra espacial, um atalho no espaço-tempo gerado pela contração do espaço em uma direção e a dilatação dele na direção oposta. Legal, mas o que vamos fazer depois que descobrirmos como fazer isso? Simples,vamos construir uma nave com um motor que faça essa dobra no espaço e vamos viajar entre as estrelas em percursos de poucos dias, como a nave Enterprise faz na saga Star Trek. O porém é que esse estudo é apenas o primeiro passo de prováveis séculos de pesquisa que serão necessários para desenvolver essa tecnologia. Logo, eu não poderei passar minha férias de 2014 em exoplanetas com praias maravilhosas como eu queria :( .
   



    
    Sabemos  que o espaço e o tempo estão diretamente ligados e são maleáveis, o continuum espaço-tempo é encurtado onde há mais massa e esticado onde há mais vazio. Por exemplo: aqui na Terra estamos sob a influência do campo gravitacional dela que comprime o espaço fazendo também com que o tempo passe mais devagar aqui do que no espaço interestelar longe dos campos gravitacionais das estrelas, onde o espaço é também mais dilatado.
  
   Mas e se pudéssemos construir uma nave  capaz de criar esse efeito de dobra no espaço? Poderíamos encurtar as distâncias entre dois pontos no universo. E é justamente isso que o cientista Harold "Sonny" White do Centro Espacial Johnson, da Nasa está investigando.



                             Como criar uma dobra espacial:

    Os primeiros cálculos, feitos em 1994 pelo físico mexicano Miguel Alcubierre demonstraram que para que um motor de dobra funcionar ele precisaria de uma quantidade de energia equivalente a toda  a massa de Júpiter convertida em energia. E que também seria necessário produzir densidade de energia negativa  para a dobra acontecer, o que até agora não sabemos como.
   
    Porém, White tem trabalhado com novas configurações para o motor de dobra, e os novos cálculos já mostraram que é possível criar o efeito convertendo APENAS 700kg de matéria em energia (o equivalente a um fusca sem rodas), e não mais a massa de Júpiter inteiro. Segundo White, "as descobertas mudaram o status da pesquisa de impraticável para plausível e meritória de mais investigação".
   
   Agora White está desenvolvendo um experimento de laboratório para  fazer a primeira demonstração prática da dobra espacial. Utilizando lasers e uma bobina em forma de anel circular, ele espera criar uma distorção de 1 parte por 10 milhões no espaço tempo. Utilizando a ideia das bobinas em anel, foi feita uma concepção artística de como seria uma nave de dobra espacial:




   Para isso, ele pode contar com certos truques da física que permitem a existência de densidade de energia negativa localmente por um instante (como se a energia do próprio vazio fosse roubada dali). Mas ainda não se sabe como transformar esse fenômeno em algo que viabilizasse uma espaçonave.
   
    Contudo, temos muito tempo ainda para resolver esse problema (pelo menos 1 bilhão de anos até o aumento da atividade solar tornar a Terra quente demais para nós). Se ele pode ser resolvido, o avanço da física e da tecnologia permitirão um dia construir uma nave que viagem em dobra e então o céu não será mais o limite, teremos uma disponibilidade de recursos e energia imensa e poderemos viver muito melhor do que hoje, se soubermos usar todo esse poder com sabedoria.



Fonte:
Guia de Viagens Intergalácticas - Super Interessante, Março de 2013, Editora Abril.


 

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